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Dia do Saci Pererê

Saci Pererê

Saci Pererê

No Brasil o dia 31 de outubro é segundo a Lei Federal nº 2.762 de 2003 o Dia do Saci-Pererê.

A figura do negrinho do gorro vermelho e pito na boca tem os primeiros relatos no século XIX na Região Sudeste, em Minas e São Paulo.
Na Região Norte do Brasil, a mitologia africana o transformou em um negrinho que perdeu uma perna lutando capoeira, imagem que prevalece nos dias de hoje. Herdou também a cultura africana do pito, uma espécie de cachimbo, e da mitologia europeia, herdou o píleo, um gorrinho vermelho usado pelo lendário Trasgo.

Entre os Tupinambás existe uma ave de nome Matintaperera, que com o tempo passou a se chamar Saci-pererê, e a figura de ave foi substituída por um caboclinho de uma perna só.
Também de acordo com a região, ele sofre algumas modificações: por exemplo, dizem que ele tem as mãos furadas no centro e que sua maior diversão é jogar uma brasa para o alto para que esta atravesse os furos. Outros dizem que ele faz isso com uma moeda. Há uma versão que diz que o Caipora é seu Pai. Dizem também que eles – um bando de Sacis – costumam se reunir à noite para planejarem as travessuras que vão fazer. O Saci tem o poder de se transformar no que quiser. Assim, ora aparece acompanhado de uma horrível megera, ora sozinho, ora como uma ave.

Pretinho arteiro, traquinando e assobiando pelas estradas em horas mortas, amola os animais, com suas travessuras, trançando-lhes as crinas. Com efeito, o viajante que, no sertão, ao cair da tarde, cochilando o seu cansaço, as pernas caídas sobre o estribo da sela, busca o pouso para descansar os membros doloridos da jornada, ao encilhar a montaria, na manhã seguinte, para seguir viagem, encontrará muitas vezes, a crina do animal emaranhada.

Diz o mito que ele se desloca dentro de redemoinhos de vento, e para captura-lo é necessário jogar uma peneira sobre ele. Após o feito, deve-se tirar o gorro e prender o saci dentro de uma garrafa. Somente desta forma ele irá obedecer seu “proprietário”.

De todos é provavelmente o que conseguiu se manter mais nitidamente como uma entidade benevolente, quando muito um tanto brincalhona, mas inofensiva.

Monteiro Lobato foi responsável pela popularização desse duende travesso. Em suas histórias, Lobato conta que os sacis nascem em “sacizeiros”, taquaruçus que ficam na parte mais espessa das florestas. Ficam sete anos dentro dos gomos antes de poderem sair, e depois vivem no mundo por 77 anos. Depois, viram cogumelos venenosos ou orelhas-de-pau. Nos taquaruçus eles se escondem durante o dia, já que o sol é seu maior inimigo. Segundo as próprias palavras do saci para Pedrinho, no livro de Lobato, eles não precisam aprender nada, pois já nascem sabendo tudo o que precisam.

Mas, de acordo com o mito, o saci não é voltado apenas para brincadeiras. Ele é um importante conhecedor das ervas da floresta, da fabricação de chás e medicamentos feitos com plantas. Ele controla e guarda os segredos e todos estes conhecimentos. Aqueles que penetram nas florestas em busca destas ervas, devem, de acordo com a mitologia, pedir sua autorização. Caso contrário, se transformará em mais uma vítima de suas travessuras.

Curiosidades sobre o Saci:

1. Ele tem as mãos furadas no centro, e que sua maior diversão é jogar uma brasa para o alto para que esta atravesse os furos.

2. O saci nasce e vive nos bambuzais mas não se pode olhar no oco do bambu para vê-lo pois ele pode soprar a brasa do seu pito no olho e cegar o curioso.

3. Existem três espécies de saci: trique, saçurá e o pererê. O saci-trique emite um ruído característico (“Trique”), o saçura é um negrinho de olhos vermelhos e o saci-pererê é o mais comum e corresponde às descrições por nós conhecidas.

4. Segundo as superstições, quando se perde algum objeto, pega-se uma palha e dá-se três nós, pois se está amarrando o pênis do saci. Enquanto ele não achar o objeto desfaz os nós. Ele logo faz a gente encontrar o que perdeu porque fica com vontade de mijar.

5. Apenas mais tarde que o tornaram negro, o saci era uma ave na tradição indígena.

6. O Saci entra nas casas altas horas da noite pelo buraco da fechadura da porta, escarrancha-se à vontade em cima das pessoas que estão dormindo, e a ele são atribuídos os grandes pesadelos. Só quando a pessoa acorda é que ele vai embora. Quando alguém dorme com a barriga para cima, o Saci põe a mão no peito para criar um pesadelo e não deixa a vítima gritar. Se alguém roubar sua carapaça, ele dá quanto dinheiro lhe pedirem, para que tenha a carapuça de volta.

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